“A jornalista Cristina Guimarães, vencedora do prêmio esso em 2001 junto com Tim Lopes pela série 'feira das drogas', afirmou que a rede globo, empregadora de ambos na época das reportagens, não ofereceu proteção a ela e ao colega, e que o repórter poderia estar vivo se a emissora tivesse dado atenção às ameaças recebidas. ‘se dependesse da TV Globo, eu estaria morta’, disse. Tim Lopes foi morto por traficantes em junho de 2002 durante uma reportagem sobre bailes funk no Rio de Janeiro (...)
De acordo com Cristina, sete meses antes de Tim ser morto por traficantes do Complexo do Alemão, ela entrou com uma ação judicial de rescisão indireta, na qual reclamava da falta de segurança para jornalistas da emissora. As denúncias integram um livro escrito por ela e que deve ser lançado nos estados unidos no início do próximo ano. A obra, segundo a jornalista e publicitária, também deve virar filme (…)
Cristina entrou com uma ação judicial no Ministério do Trabalho e seu vínculo com a emissora acabou, mas ela não se importa. ‘não me arrependo de ter largado a globo para trás. A minha vida vale muito mais do que R$ 3.100, que era o meu salário em 2001.’ ela acredita que se tivesse continuado a produzir matérias, estaria morta ‘há muito tempo’”
Esse é um erro simples, mas comum: a ação é ajuizada no Judiciário e não no Executivo. O Ministério do Trabalho e Emprego é órgão do poder Executivo, e é responsável por políticas e diretrizes para geração de renda ao trabalhador e seu bem estar.
Já a Justiça do Trabalho é a que cuida das ações trabalhistas. Dentro do Judiciário, todas as ações que tratem de relação de trabalho devem ser ajuizadas na Justiça do Trabalho. A Justiça do Trabalho faz parte do poder Judiciário Federal. Como as duas instituições levam o nome ‘do trabalho’ é comum as pessoas confundirem uma com a outra.
Outra confusão comum é entre o Ministério do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho (MPT). Embora ambos sejam instituições do poder Executivo, eles têm atribuições bem diferentes. O MPT faz parte do Ministério Público da União e é formado por procuradores de justiça do trabalho e são eles quem defendem direitos coletivos e difusos dos trabalhadores, quando eles estão sendo agredidos, como a erradicação do trabalho escravo e do trabalho infantil.
Amanhã usaremos essa mesma matéria para explicar um outro assunto importante tratado nela: a recisão indireta.